sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

O Natal do meu Pai Luís

Este ano, o meu pai voltou a escrever e voltei a aprender com ele: Nunca é tarde para voltar a paixões antigas, para nos desafiarmos e para tirar do baú o que lá fomos deixando esquecido, adiado, em pausa, porque a vida assim o diz. Nunca é tarde. Nunca será tarde para recordarmos, para nos (re)descobrirmos. 

Hoje partilho um dos seus regressos à escrita, às memórias, ao baú do meu pai. Um regresso de que me orgulho. O regresso ao Natal da sua infância. 
Feliz Natal. 


Nesse Natal, e um pouco triste por já não ter medo, fui à chaminé e...
Ahhh...! Afinal o menino-jesus não trouxe o “Monopoly”!
Trouxe lápis de cor “Viarco”! Que bom! Trouxe um livro da “Branca de Neve”; é bom também! E chocolates! E meias...

Tinha feito o presépio: lá estava o menino-jesus: naquele ano, já numa cama de palhinha. Em frente, o burrinho e a vaquinha e algumas ovelhas de olhos muito abertos com as cabeças junto ao musgo que eu tocava todos os dias, porque era fofo e fresquinho: borrifava-o para se manter viçoso!

Também os 3 reis magos, que eu fazia avançar todos os dias 1 cm, até que, no dia de Natal, davam um salto maior para darem os presentes ao menino. Um dos reis magos era escuro, e eu pensava que ele era mau! Mas como fazia parte...

Mas havia mais: lavadeira, poço, pastor, um espelho que era água, uma ponte do tamanho dos patos, um moinho e um moleiro muito maior que o moinho!
E pus o moinho no cimo dum monte para fingir que estava lá longe, pequenino!

E lá por detrás do menino: o pai e a mãe dele, que eu trocava de posição de vez em quando, para o distrair.
A vaca e o burro, nas noites mais frias, lembro-me que os aproximava e punha-os quase em cima da cama de palhinha, para o aquecer.

A estrela, e a barraca feita duma caixa de sapatos da Monumental do Calçado, que à data, ainda não tinha o sapato grande à porta (aquele sapato que uns anos mais tarde se encheria de castanhas para um passatempo radiofónico, por altura do S. Martinho).

Também punha algodão, que era neve. E junto ao presépio um pinheiro pequenino, com bolinhas e fitas. E nas bolinhas eu via muitos presépios lá dentro... luzes não havia, eram caras.

E nesse ano, a seguir ao Natal, juntei-me com um amigo na escada do prédio, lá em cima, à entrada do terraço, e com os lápis de cor pintámos um quadrado de madeira: escrevemos as ruas e as estações de comboio, fizemos a prisão e a casa da partida, a sorte, os telefones e o gás. Conseguimos um dado. As caricas das gasosas foram peões.
Cortámos cartões e papelinhos que foram dinheiro, e jogámos muitas vezes...Muitos dias!

Porque havia meninos como nós, lá na rua, que já tinham um “Monopoly”, mesmo a sério, e que não nos deixavam jogar com eles.

Só para chatear, o nosso tinha muito mais dinheiro do que o deles, e jogávamos às vezes... Duas vezes seguidas, para passar na casa de partida mais depressa e receber 2 contos muitas vezes!


Feliz Natal!

Luís Alves

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Carta a tod@(s) @s Pais, “Natais”, ou não...


Querid@s P@is,

neste Natal e porque na maioria dos dias até me fui portando bem, agradeço que consigam fabricar com a ajuda dos vossos duendes, sejam eles mais velhos, mais novos, mas acima de tudo que vos ajudem realmente, os seguintes presentes:

-        um OLHAR sério, presente, verdadeiro, que estabeleça mesmo contacto com o olhar dos vossos filhos durante mais de 10 minutos e apenas para olhar, ver e observar;
-        um SORRISO, daqueles grandes, que sei que têm e já vi, de satisfação, orgulho e agradecimento pelos vossos filhos serem da melhor forma que conseguem ser, por cada momento pequenino em que foram tão bons para vocês;
-        um ABRAÇO grande, apertado, bem juntinho, até os vossos filhos dizerem: “- Ai mãe/pai estás a apertar muito!”, acompanhado de todo o carinho de p@is, e que eles tantas vezes me mostram que podia ajudar;
-        uma TARDE ENORME, de filmes, brincadeiras, correrias, preguiça ou cócegas em que o que mais conta é estarem com os vossos filhos e só com eles, mostrando que desligam o telemóvel, que o deixam no quarto, que não haverão computadores e que só vocês interessam;
-        uma GARGALHADA das grandes, duas ou três, de diversão com os vossos filhos;
-        um ELOGIO, ou dois ou três, ou os que quiserem, bem verdadeiros, mesmo que pequeninos e sem: “- pois, hoje está tudo bem, mas no outro dia...”
-        um PEDIDO DE AJUDA na cozinha, a dobrar roupa, para encaixar qualquer coisa, seja o que for, é preciso é que os vossos filhos sintam que são úteis e que vos ajudam;
-        Um “OBRIGAD@” por tudo e por qualquer coisinha;
-        um QUESTIONAMENTO INTERNO de si para si: conheço @ meu filh@? Do que gosta? Do que não gosta? O que @ diverte? Qual a cor favorita? Que música ouve? Que brinquedos prefere?;
-        Um JOGO de perguntas e respostas em que a premissa é conhecerem-se melhor;
-        Uma REVELAÇÃO séria e importante que será feita depois de um dia bom, ao deitar: Gosto muito de ti;
-        Um PEDAÇO DE TEMPO só para si (mais do que 5 minutos!), pai/mãe, para relaxar, descansar, respirar e cuidar de si.

Se possível, e não for pedir muito, que os presentes possam repetir-se com a regularidade possível durante todo o ano.  
Qualquer dúvida, ajuda ou coragem no fabrico dos presentes é só escrever de volta.

Um Feliz Natal, 
Rita Castanheira Alves

domingo, 13 de dezembro de 2015

Como se explica o terrorismo às crianças?

Na revista Pais e Filhos deste mês de Dezembro, a minha colaboração no artigo que tenta ajudar os pais a explicar o terrorismo aos miúdos. Difícil de abordar, de compreender pelos adultos e também pelos miúdos, mas acima de tudo é preciso acompanhar, responder, proteger e explicar. 

No final, fica a oportunidade de semear a solidariedade, o saber olhar para o lado. 

Vale a pena ler. 

Rita Castanheira Alves

Apresentação da Colecção Emoções na Escola Afonso de Paiva em Castelo Branco

Pais, educadores, professores e psicólogos presentes, sentados e disponíveis numa véspera de feriado para uma conversa sobre a importância das emoções no desenvolvimento e crescimento dos miúdos. 

Foi assim que partimos para o final de tarde da passada Segunda-feira, dia 7 de Dezembro na Escola Afonso de Paiva em Castelo Branco. Um convite que partiu da nova Associação de Pais em colaboração com a direcção do Agrupamento. E que excelente iniciativa!

A conversa teve lugar na agradável biblioteca da escola, com a possibilidade fantástica dos miúdos ficarem a brincar, a ouvir histórias, a conversar, mesmo ali ao lado e acompanhados. 


Se ao início, o silêncio era grande, depois as partilhas foram aparecendo, as dúvidas surgindo e os contributos de grande pertinência. Adultos conscientes, com vontade de saber fazer melhor com os mais novos, atentos e preocupados com aquilo que é educar e no desafio que é ajudar a crescer. 

A colecção Emoções serviu de mote a esta conversa, e no final, sem dúvida, que foi unânime que as emoções são necessárias, que é normal sentirmos, mesmo quando somos pequenos e que a literacia emocional é de grande importância para o presente e futuro dos miúdos, mas também dos crescidos.

Para terminar, livros com dedicatórias, conversas com os mais pequenos, que afinal, sabem mesmo o que é estar triste, zangado, feliz, com medo ou até envergonhados. 
Obrigada pelo convite. 
Obrigada por terem estado presentes. 
Até breve.

Rita Castanheira Alves

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Lançamento da Colecção Emoções no passado Sábado, dia 28 de Novembro às 16h na FNAC




Obrigada a todos pela vossa presença ontem no lançamento da colecção Emoções! 

Convosco é sempre muito melhor! 

Espero que aproveitem, usem, brinquem com o Filipe Feliz, com a Maria do Medo e com o Zé Zangado.


Convite Lançamento da Colecção Emoções de autoria de Rita Castanheira Alves e ilustrações de Carla Nazareth

É com muito entusiasmo e orgulho que vos convido para o lançamento de uma nova colecção de livros infantis dedicada ao desenvolvimento emocional dos miúdos, mesmo pequeninos (a partir dos 3 anos)!
Um desafio lançado pela Booksmile e aceite por mim e pela ilustradora Carla Nazareth. 

Conto convosco?

Rita Castanheira Alves