Hoje falei com o meu pai. Fiz tal e qual como tinha falado com a minha
professora, cheguei, respirei fundo, olhei para ele e disse-lhe: "- Pai,
tenho de falar contigo. Quero contar-te uma coisa."
Como eu tantas vezes insisti, lá veio o grito, o sopro de saturação e aquele olhar que me faz de imediato querer recuar no tempo e não ter decidido tentar, ter optado por ficar calado.
Como eu tantas vezes insisti, lá veio o grito, o sopro de saturação e aquele olhar que me faz de imediato querer recuar no tempo e não ter decidido tentar, ter optado por ficar calado.
Mesmo assim enchi-me de coragem e já tinha mesmo começado, resolvi continuar: "- Desde há uns meses que, por alguns motivos, não me sinto bem... Não sei bem como explicar..."
E de imediato outro sopro, outro
grito e a impaciência que me assombra. Interrrompeu-me e disse-me: "- Já
chega de desculpas e vitimizações para as notas que tens tido. A
preguiça justifica-se por si só e não venhas com existencialismos."
Senti as lágrimas a tremerem e a quererem vir espreitar e toda eu fiquei
tenso e de rastos. Como eu tinha dito à DT não vale mesmo a pena, ele
nunca vai querer ouvir e perceber o que se passa, na verdade eu sou só
uma desilusão.
Mais uma vez, calei-me, interrompi a respiração para não permitir que as lágrimas saíssem e fui para o quarto.
Mais uma vez, calei-me, interrompi a respiração para não permitir que as lágrimas saíssem e fui para o quarto.
Ainda o ouvi entre dentes refilar e dizer: "- se estudasses não precisavas de desculpas..."
E não estudei. Chorei e confirmei(-lhe) que não vale mesmo a pena, ele não iria mesmo entender.
Sou só uma desilusão.
Rita Castanheira Alves
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