Quem tem filhos adolescentes, sabe do que falo. As birras dos adolescentes, que às vezes têm parecenças com má-educação...
Aquela forma feia de falar, gritar em vez de explicar, bater com a porta ou ficar amuado o jantar todo, porque no fim-de-semana não pode ir sair.
Já não é um miúdo pequeno, mas ainda faz umas birras. Já não fica de castigo, sentado, a pensar na vida, mas há muito que ainda vale a pena fazer. Em vez de birras, podemos chamar-lhe má-educação?
Saiba prevenir e
remediar quando necessário com os adolescentes...
Dicas específicas para pais com filhos
adolescentes
-
Negoceie: escolha como primeira opção a
negociação, encontrando um espaço para diálogo sobre o que o seu filho pretende
e o que lhe parece a si adequado. Encontrem um consenso e estabeleçam horários,
regras e condições para conseguir determinado objectivo;
-
Respeite: respeite o espaço e a privacidade do
seu filho, só assim conseguirá o respeito pelas suas regras, limites e
condições;
-
Conversem diariamente: promova momentos
diários de conversa livre e sem qualquer juízo ou tom negativo, mostre
interesse e curiosidade pelo que o seu filho gosta. Perante a possível recusa
do seu filho, respeite o seu silêncio, mas mantenha-se disponível para
conversar e não desista;
-
Adie a conversa: Sempre que tenha uma
divergência com o seu filho e se estiverem demasiados nervosos, não têm tempo
ou porque estão num local inadequado, tente sempre adiar a conversa combinando
com o seu filho o momento adequado para o fazer;
-
Evite acusações: Ao abordar com o seu filho um
problema ou conflito procure adequar a sua linguagem, inibindo ao máximo um
discurso meramente acusatório de atribuição ao seu filho da responsabilidade
total pelo problema, tentando encontrar uma abordagem que não o culpe somente a
ele, mas assumindo a sua responsabilidade na manutenção do problema. Por
exemplo, em vez de dizer: “ – És
egoísta... Estou sempre a dizer-te para dividirmos as tarefas, mas tu só pensas
em ti e fica todo o trabalho para mim!”, experimente dizer: “ – Tenho acabado por fazer eu todas as
tarefas que tínhamos combinado dividir e por isso não tens necessidade de as
fazer?”
-
Fale por si: Ao expor a sua perspectiva
procure sempre falar na primeira pessoa, especificando o mais possível o
problema e expressando a sua emoção face ao problema. Por exemplo: “- Quando chego a casa e percebo que não
arrumaste os livros como tínhamos conseguido acordar, sinto-me desanimada.”;
-
Escute e empatize: Procure escutá-lo
ativamente, sem o julgar, mostrando que está disposto a compreender os pontos
de vista que o seu filho apresenta, as suas necessidades, objectivos e
interesses, manifestando assim o que também espera da parte dele, que
compreenda as suas necessidades e pontos de vista e que está aberto para chegar
a um acordo, esperando o mesmo da parte dele;
-
Avaliem as soluções: Sempre que consigam
chegar a um acordo e estabelecer soluções para os problemas, avaliem em
conjunto se tais soluções são viáveis e se não criam novos problemas;
-
Planeiem: Após conclusões relativamente às
soluções, é essencial que, em conjunto, estabeleçam um plano de como cada
solução poderá ser implementada, estabelecendo as responsabilidades de cada um,
quando deverão voltar a conversar para reavaliar a situação, quando começam a
implementar cada solução.
Antes e depois de tudo isto, lembre-se de se divertir com o seu filho, sempre que possível. Num abraço, num jantar divertido ou numa gargalhada. Mesmo que pequena, vai valer a pena.
Rita Castanheira Alves
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